sábado, 28 de dezembro de 2013

Culpada! - A inocência nunca existiu. Parte III

PARTE III

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Solitária, rica e sem coração. Elizabeth não era capaz de amar ninguém. Ela assumiu a personalidade destrutiva que tanto falaram que ela tinha durante a infância. O amor que ela recebeu da família Silva não foi suficiente para ela. Talvez, nada fosse.
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Hoje é meu aniversário de 20 anos e não quero aproveitar sozinha. Será que eu encontro algum cara rico e divertido pelas ruas de Nova Iorque? Veremos.
Eu estava tomando champanhe com um homem aparentemente rico que eu havia conhecido, ele não era divertido, mas usava roupas de marca e pelo que eu entendi era empresário. Obrigada, Senhora Silva por ter me colocado para fazer curso de inglês! A conversa estava chata, então eu pedi licença, disse que ia ao banheiro e fui sem a intenção de voltar.
Quando saí do hotel, decidi ir ao banco sacar algum dinheiro.
Já estava de saída quando uns marginais fortemente armados entraram e mandaram todos ficarem quietos e abaixados.
A primeira coisa que pensei foi: ‘só pode ser brincadeira, né? Antes eu tivesse ficado aturando a conversa chata daquele homem no hotel’
Estava abaixada, quando os marginais descontrolados começaram a gritar para os clientes passarem o dinheiro e eu o fiz. Entreguei minha bolsa Prada, o dinheiro que acabara de sacar, as joias e voltei a me abaixar como havia sido ordenada.
Tudo estava sob controle quando aquelas criaturas resolveram pegar alguém como refém e eu fui a ‘sortuda’.
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Ele estava coberto, com uma máscara e capuz e eu só pude ver aqueles olhos cor de mel e como eram lindos, intensos e tinham um brilho triste assim como o meu. Olhamos-nos fixamente por 30 segundos, mas eu poderia jurar que foi por uma eternidade.

“PEGA LOGO A VADIA E VAMO DA O FORA DAQUI”- Outro bandido gritou e ele me levantou rapidamente, mas não foi de uma forma brusca, foi sutil até.

Os bandidos saíram correndo e ele estava me segurando e com uma arma na minha cabeça, e por que diabos eu não estava com medo? “ELIZABETH, VOCÊ ESTÁ COM UMA ARMA NA SUA CABEÇA E VOCÊ ESTÁ CALMA, VOCÊ É LOUCA!” eu pensava.
De repente, aquele homem que segurava a arma sussurrou em meu ouvido: “Pode ficar calma, que eu não vou te machucar, só queremos dar o fora daqui”.
Ele me levou para o lado de fora, se juntou com seus cúmplices entrou em um carro todo preto e com vidro fumê e foi embora.
Fui para casa e resolvi passar meu aniversário vendo um filme e comendo pipoca depois do desastre que tinha ocorrido naquele fim de tarde.
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Na manhã seguinte decidi voltar ao meu plano de arrumar um homem rico para me sustentar e agora eu precisava muito depois do assalto no dia passado. Procurei uma roupa legal para vestir, arrumei meus longos cabelos negros, passei bastante rímel para valorizar meus olhos escuros e pintei a boca de vermelho. Estava magnífica como sempre fui.
Aquele era um dia de sorte conheci vários homens interessantes e ricos, Stephen foi o que mais me chamou atenção, era charmoso, elegante e rico, definitivamente rico, ele me convidou para um jantar que daria naquela noite
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O jantar estava agradável, vi muitos homens bonitos acompanhados de suas esposas que serviam apenas de enfeites. Uma mulher bonita ostenta status a um homem rico e bonito. Eu nunca pretendi casar, mas se eu encontrasse um homem bastante rico e interessante, eu poderia me casar e teria alguns amantes, bem como fiz com Ítalo.
Eu estava rodando pelo salão quando um garçom me ofereceu uma bebida, eu estava desatenta e geralmente não costumo observar pessoas pobres, no entanto, resolvi olhar para o tal garçom e era ele.


O homem de ontem. O bandido dos olhos cor de mel. Sim, era ele. E ele era lindo, incrivelmente lindo e atraente.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Culpada! - A inocência nunca existiu. Parte II


Parte II
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 Ela começara a descobrir quem era e o que precisava fazer para conseguir o que queria...
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Cheguei a passar fome, frio, calor e tudo mais o que você pode imaginar quando aquele dinheiro acabou. Eu não tinha mais nada para pagar hospedagem e ninguém queria dar emprego a uma menor de idade. Tolice a minha em acreditar que minha vida seria melhor em outra cidade, talvez, eu tivesse que aceitar meu destino de ser infeliz, isso se a felicidade existisse, confesso que duvidei diversas vezes.
Certa vez quando estava tentando me proteger da chuva embaixo de uma árvore uma senhora que devia ter cerca de 30 anos resolveu me levar para a sua casa e me acolher.

“Qual o seu nome, garotinha? Por que estava embaixo da árvore nesse temporal? Cadê seus pais?” – disse a senhora e tudo que eu pude responder foi um frio “Estão mortos”.

Quando você cresce sendo menosprezada e odiada, você adquire a frieza como uma característica acentuada.

Eu vivi com aquela senhora e seu marido por três anos e pela primeira vez, eu tive uma família. Era inacreditável o carinho que eles tiveram por mim e eu por eles. Quando completei 18 anos já havia terminado o Ensino Médio com notas gloriosas, eu gostava de estudar, os livros foram meus únicos amigos durante anos. Eu pretendia me formar e ser uma grande psicóloga.
Mas, tudo mudou quando a senhora Silva e seu marido morreram em um grave acidente de carro e mais uma vez, eu estava sozinha. Não sabia se poderia permanecer naquela casa, afinal, eu não era filha deles. O real herdeiro estava concluindo seu estudo no exterior e devia retornar e tomar posse da casa em algumas semanas.
Eu tinha arrumado um emprego em uma lanchonete e sempre conseguia muitas gorjetas creio eu que devido a minha aparência.

- Ei, ei.. Elizabeth, vem aqui. Você é muito bonita, sabia? Quanto você ganha trabalhando aqui?
- Por que a pergunta, senhor?
- Você poderia ter uma vida de luxo se fosse a minha namorada.
Eu pensei por um segundo e de início achei uma proposta estúpida, mas aquele senhor que devia ter cerca de 40 anos estava oferecendo dinheiro para namorá-lo, eu estava sem casa e com um emprego – que mesmo com as muitas gorjetas-  mal dava pra pagar uma boa hospedagem. Que mal faria em aceitar a proposta?
- Pode ser. Este é meu número – entreguei um papel que costumava anotar os pedidos- me liga.

À noite no fim do meu expediente, eu recebi um telefonema do senhor Fernandes me convidando para jantar e eu aceitei.
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Dois meses depois eu realmente tinha uma vida de luxo, a casa em que morávamos tinha três andares, tantos quartos que até hoje não sei o certo quantos eram. Eu ganhava várias joias por semanas, e uma grande mesada para gastar com compras. Eu tinha o luxo que sempre sonhei. Ítalo Fernandes me tratava com respeito e amor, e eu fingia amá-lo também, mas estava tendo um caso com Carlos um jovem de 21 anos filho de um dos amigos de Fernandes.
Carlos era alto, loiro, um físico atlético, um rapaz muito interessante, eu diria até apaixonável se não fosse pelas suas conversas vazias. Ele vivia dizendo que me amava e implorou diversas vezes para eu ficar com ele, mas eu também não era apaixonada por ele, nossa relação era apenas para compensar a falta de atração que eu sentia pelo meu namorado e havia outro detalhe: ele não era rico como Fernandes.

Dinheiro, joias, luxo – Nem percebi quando me tornei tão interesseira.

Durante meu namoro com Ítalo eu tive rápidos relacionamentos com Ricardo, Felipe, Douglas, Leonardo e Tiago, sem esquecer, de Carlos. Todos eles me deram dinheiro e prazer. Eu já era rica o suficiente, então, resolvi livrar-me daquele velho que eu já não suportava mais olhar, que dirá tocar.

- Fernandes, nosso namoro acabou, já arrumei meus pertences e estou indo embora.
- Você ficou louca?
- Não, apenas cansei de você.
- HÃ? O QUÊ? MAS EU TE DOU UMA VIDA DE RAINHA... VOCÊ... VOCÊ NÃO PODE ME DEIXAR! EU AMO VOCÊ.
- Tanto posso quanto vou. Cuide-se.

A frieza com que eu disse aquelas palavras fez aquele velho passar mal, acho que foi um ataque do coração, não sei ao certo. Quando fui embora ele estava desmaiado  no chão, eu poderia ter socorrido ou ligado para uma ambulância, mas não o fiz.
Dias depois, Carlos que ainda insistia em me ligar disse-me que Fernandes havia morrido e pensou que agora eu ficaria com ele, tolinho, eu estava me mudando para outro país.


“Sou uma nômade, destruidora de corações e ímã de desgraças. Quantas mortes aconteceriam com minha chegada? Será que a culpa era minha ou era coisa do destino? Culpada!” eu disse e sorri.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Culpada! - A inocência nunca existiu. Parte I

Culpada!
A inocência nunca existiu.

Parte I
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Às vezes nos tornamos aquilo que dizem que somos, mas quem somos nós, afinal?
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Oi, meu nome é Elizabeth, tenho 23 anos e vou contar a minha história.
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Nasci em uma cidade pequena no interior do Brasil - aquele tipo de cidade que todo mundo se mete na vida de todo mundo. Minha mãe se chama Maria das Dores e, de fato, ela possui muitas dores que a tornaram traumatizada e um pouco, aliás, muito louca. Desde que me conheço por gente sempre fui culpada por meu pai ter saído de casa, pelo menos foi isso que eu cresci ouvindo e acabei internalizando.
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“Seu pai me deixou por sua culpa, ele não acredita que você é filha dele, mas não sou adúltera”. “Venha cá, sua diabinha. Não risque as paredes. O quê? Você explodiu a TV?  Seu pai sabia a peste que você ia ser e por isso foi embora”. “Você tá crescendo e se tornando uma mulher sem valor, pintando a boca de vermelho como uma vadia, seu pai aquele homem santo não suportaria vê-la agora e deve ter sido por isso que ele se mandou”. 
Bom, essas não são as frases que uma criança/adolescente sonha em ouvir de sua mãe, mas Beth acabou se acostumando com a falta de amor, na verdade, aquela pobre garota nem sabe o que é amor. Na escola, nunca teve amigos - preferia ficar rabiscando seus diários no fundo da sala-, os garotos admiravam sua beleza de longe, mas ela tinha fama de ‘ímã de desgraça’ pela cidade – as loucuras que a mãe dizia sobre ela deixavam os tolos assustados. As garotas eram muito princesinhas para querer a companhia de Beth que só usava trajes simples pela falta de dinheiro de sua mãe e descaso do resto da família para com ela.
Quando completou 15 anos, Elizabeth já era dona de uma beleza incomparável, era de longe a garota mais linda da cidade e tudo que ela queria era sair dali e conhecer o mundo, ir para longe daquelas pessoas de mente pequena que estavam condenadas à ignorância.
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“...Eu não tenho família, não tenho amigos e todos me odeiam. O que eu quero aqui? Que futuro eu terei? Como podem pensar que atraio coisas ruins?...É, vou embora pra longe daqui...”

E foi em uma manhã quente de verão antes que sua mãe acordasse. Ela pegou R$ 500, reais que estavam escondidos embaixo de uma lata em cima da geladeira e foi embora, levando aquele dinheiro e as poucas peças de roupa que tinha.
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sábado, 21 de dezembro de 2013

Contraste. Parte III, O "final".

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Alguns amores simplesmente não são para serem vividos. A gente sente, se arrepende, aprende e segue em frente...
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Olívia perdeu peso, mudou a cor e cortou seus cabelos, comprou lentes de contato e também mudou seu nome para Catharine – adaptação de Catherine Earnshaw, nome de sua personagem favorita. Era definitivamente outra pessoa. Havia 4 anos desde que tinha abandonado Fernando- o seu grande amor - naquela casa abandonada.
Ela pensou em se entregar para a polícia, mas depois de calcular que perderia muitos anos de sua vida e tão prezada liberdade, decidiu fugir para outro país e adotar uma nova identidade, agora ela é bartender e faz drinks muitos famosos pela região.
Fernando conseguiu provar inocência e hoje tem seu próprio negócio e é dono de uma famosa rede de oficinas de moto, mesmo com a saudade de Olívia é inegável que sua vida vai bem melhor sem ela.
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“O aniversário dele se aproxima, eu sinto tanto a sua falta, devo mandar uma carta, preciso me desculpar, preciso...” Essas eram as coisas que se passavam pela mente dela há semanas, enfim, ela resolveu escrever a bendita carta.

Oi, Fernando.

Bom, não sei bem por onde começar, mas vamos lá. Desculpe-me pelo o que aconteceu no passado, pela loucura que eu fui na sua vida, minha mãe sempre me disse que eu tinha esse dom de tumultuar a vida de todos ao meu redor. Não fique preocupado sobre como consegui seu endereço, pode até não ter parecido, porém, sempre me preocupei com você e foi esse o motivo pelo qual eu o deixei. Por te amar demais, por te amar mais do que a mim, é quase anormal, na verdade, é anormal o que eu sinto por você, não há um dia que passe em que eu não sinta a sua falta, exatamente tudo lembra-me você, o seu jeito de andar, falar, de sorrir, o jeito como você me tocava. Mas não podemos ficar juntos, finalmente eu entendi isso. Nós pertencemos um ao outro, mas ainda não somos merecedores deste amor, não nessa vida, quem sabe em outra. Ainda temos muito que aprender com nossos erros e eu ainda não tenho coragem de assumir os meus e pagar por eles e não acho justo que você espere por mim, espero que esteja feliz. Casado e talvez com filhos. Esse é seu sonho, não é?  Talvez, nós nunca superaremos o que sentimos um pelo outro, talvez, nossos destinos ainda se cruzem por aí, mas você foi de grande aprendizado pra mim, mesmo com a minha soberana inconsequência. Eu não podia fingir ser quem eu não era, eu nasci pra ser livre e não obedecer nem a regras e nem a ninguém, e ser uma namorada exemplar necessita de regras, o próprio amor aprisiona, vou te amar de longe, vou te amar daqui e torcer pela sua felicidade, pois isso me fará feliz. Não posso ser submissa de um sentimento tão forte e intenso como o que eu sinto por você, então, liberte-se de mim e tente ser feliz. Eu não quero que viva no inferno como você disse que eu o levei, você merece mais do que isso, não aceite migalhas de amor, nem migalhas de nada, lembre-se de que você merece o melhor, sempre. Eu estou vivendo bem aqui, fazendo drinks como eu fazia para nós nos embriagarmos e dançar sob a luz da lua. De certa forma, estou feliz.
Sabe, Fernando. Feliz Aniversário, que seu presente seja um amor tranquilo que eu não pude te dar e nunca poderei. É impossível buscar paz e tranquilidade em mim, quando eu sou feita de uma confusão sem fim.
                               Quem sabe em outra vida... Quem sabe.

Com amor, Olívia.

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Ela estava certa, eles não poderiam ser felizes juntos, eram tão diferentes um do outro e por isso se atraíam e também se repeliam. Era impossível querer unir fogo e água em um mesmo lugar, um sempre iria atrapalhar o outro apesar da forte atração.
Fernando seguiu o conselho de sua amada e alguns anos depois se casou e hoje tem dois filhos,  quem pouco o conhece diz que ele nunca esteve tão feliz, mas quem o conhece de verdade diz que ele ainda ama aquela diaba – forma nada carinhosa como chamam Olívia.
Ela seguiu sua vida, teve outros romances, mas sempre dava um jeito de fugir deles quando estavam tornando-se sério. Como não tinha vocação maternal, então, pouco se importava se não tinha filhos ou um marido. Olívia também foi stripper por uns tempos e com isso conseguiu muito dinheiro e também muitos problemas, a vida agitada de noites inacabáveis, bebidas e drogas deixaram-na muito doente.

“Não tenho mais sentido pra viver, não tenho mais pelo o que viver, já acabei com essa vida. Quem sabe em outra... Quem sabe” – Ela disse isso antes de drogar-se incessantemente e morrer por overdose.

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 Tudo na vida tem um fim ou é apenas um recomeço?

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Contraste. Parte II

“Por que insistir nisso? No fundo sabemos que nunca daremos certo. Olha pra você, Olha o que você fez comigo.” Ele disse isso enquanto eu chorava e tentava limpar o chão que estava cheio de cacos de vidro – das coisas que eu quebrei. Mas nenhum caco estava menor que os pedaços do meu coração.

Nós destruímos um ao outro, na verdade, eu o destruí e, consequentemente, me destruí também, ele é tudo que eu tenho e tudo que eu amo.

Temos um amor intenso e devastador, sim, devastador. Não há outra palavra que eu possa usar para descrever. Ele sempre foi um troublemaker, um daqueles bad boys de tirar o fôlego, porém, nunca fez mal a alguém como eu fiz. Ele só descontava a frieza com que o tratavam, e eu comecei a ser ruim por prazer, por diversão.

Em meio a jogos de azar ou jogos da vida, bebidas, armas, drogas, furtos, tráficos, nada me impedia, eu queria mais, (não o querer mais do perfume dele) eu queria mais dinheiro, mais adrenalina e principalmente, mais daquela sensação de liberdade exacerbada que ser uma fora da lei me proporcionava.

‘Quebrar as leis’ – isso era o que eu pensava. Nada poderia me parar.

Sirenes. Bater de Porta. É a polícia. Ele foi preso. Correria. Gritos.

Eu não estava presente quando isso aconteceu, assim que soube, fiz o que pude para tirá-lo de lá, mas não da forma certa. Fugimos.

“Não queria sair de lá assim.Você sabe que eu não fiz nada. Era só ter entregado as coisas, talvez, você não fosse presa, eu pagaria a fiança. Agora sou fugitivo, um bandido como você.”

Gritos. Jarros. Pratos. Qualquer-coisa-que-eu-visse-na-minha-frente. Lágrimas. Chão.

Ele não estava feliz, eu não pude entender, só queria tirá-lo de lá e estar naqueles braços de volta, aquelas braços que costumavam ser meu lar, ele não me deixou tocá-lo, disse que de tudo que eu tinha feito aquilo era inaceitável.

Eu o amo tanto e sei que nós sempre iremos atrair um ao outro como ímãs ou como loucos obsessivos que tudo que tem são suas almas condenadas.

10 horas se passaram e nenhuma palavra foi dita, apenas ficamos um diante do outro. Pela primeira vez em um ano, eu me sentia arrependida. Era tudo minha culpa. Eu fui a perdição dele e não o contrário como eu pensei no dia que o conheci.

Levantei, peguei as poucas coisas que tinha deixado naquela casa abandonada quando planejei a fuga e estava prestes a ir embora quando ele me segurou pelos braços...

 “Você me levou do paraíso ao inferno. Mudou minha vida ao avesso, tornou-me pó. Disse-me coisas que jamais toleraria ouvir. Perdi meus amigos que eram a minha única família, eu achava que não tinha nada. Nada? Ah, nada é o que eu teria agora se você passasse por essa porta. Fica comigo, eu te amo.”

Eu o abracei, segurei naqueles braços, senti o seu perfume, olhei naqueles olhos devoradores e o beijei. Eu o amo. Eu o amo mais do que a minha própria vida, mais do que a minha liberdade.

Mas eu disse: “Não quero que você me ame e nem quero lhe amar”. Eu sou dele. Sou capaz de fazer mal a mim, mas não a ele...

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Então, ela foi...

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Contraste. Parte I

Obcecada pela liberdade e de natureza selvagem. Durantes anos ela temeu ser o que realmente era e perder o controle de si. Mas por quanto tempo conseguimos nos esconder? Vale a pena?

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Nunca pretendi pertencer a alguém, mas instantaneamente eu fui sua.
Eu já mencionei o quanto aqueles olhos cor de quero-te-devorar eram fascinantes?
E eles me devoraram enquanto as minhas mãos frias percorriam aquele corpo quente.
Olhos. Bocas. Línguas. Mãos. Corpos. Combustão. Calor. Explosão.
Ah, ele tem um cheiro de quero mais’ e cada toque me fazia querer mais e mais e mais e mais...
Eu e ele. Ele e eu. Aquela noite tinha várias cores, mas nenhuma se comparava àquela marrom-dourado que cobre a pele dele. Ele é meu ouro.
Então, de repente, estávamos dançando sob a luz do luar e não havia brilho de estrelas que fosse mais intenso que o brilho do meu olhar ao olhar para ele.
Giros. Pé-para-frente-pé-para-trás. Giros. Passos-para-um-lado-e-para-outro. Risos.
Assim foi nossa dança, eu nem sei que ritmo era aquele e nem sei se aquilo era dança, mas ele faz qualquer coisa simples parecer mágica.
Ele disse: “Você me leva ao paraíso, você é o próprio paraíso”. Eu sorri, e o abracei tão forte quanto eu tinha força e senti o coração dele batendo em compasso com o meu...
Ele é problemático, um típico garoto encrenqueiro. Eu passei a minha vida toda fugindo de confusões. Mas aquele lugar que sem ele parecia um inferno – e de certa forma era -, com ele se parecia com um lar.
Eu vou para qualquer lugar, lugar qualquer em que ele esteja. Ele faz eu me sentir viva, como eu nunca me senti. Não quero perdê-lo. Ele é tudo que eu preciso. Ele é o oposto de tudo que eu sou. Nós somos como Yin e yang. 

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A princípio ela achava que ele seria a perdição dela, mas ela que seria a perdição dele...

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

A vida é uma farsa.


...Eu estou morrendo, sim, eu estou morrendo aos poucos. Já não tenho mais aquela alegria de antigamente, aquele brilho no olhar, aquela faísca. Todas aquelas coisas que desejei ao decorrer de minha vida, foram colocadas em uma estante onde guardo as minhas decepções e não são poucas. Eu não tenho nada, eu não sou nada. Eu não sei de nada, a não ser do fato que eu estou morrendo e me afundando cada vez mais nesse abismo que habita no canto mais escuro e profundo do meu ser. Eu não tenho ninguém, nem sei o que é amor, o pouco que sei foi o que ouvi falar e coisas boas não eram, porque fez aquela mulher que estava no ponto de ônibus chorar, ela contou-me toda a sua vida, -como se já me conhecesse. Disse-me sobre o seu amor e como ele se transformou em tragédia, apesar da minha vida inteira ser uma tragédia, eu não quero isso para mim. Se bem que estou morrendo, então, que eu tenha uma morte marcante, quem sabe assim eu seja lembrada. Continuo as minhas andanças por dentro de mim, eu viajo o mundo todo sem sair do lugar, eu sou tão complexa, olha, eu vou ser sincera a felicidade das pessoas me incomoda. Não é porque eu não sou feliz que eu não quero alegria para a vida de outrem, mas estou em uma fase tão ruim, aliás, minha vida toda é ruim. Sorrisos falsos, abraços falsos, ‘bom dia’ falso. Tudo falso, todos falsos. A vida é uma farsa. Descobri isso tarde demais, ah, se eu soubesse disso antes... eu poderia ter sido diferente, poderia ter ido morar em uma floresta e viver com animais, eles são tão melhores do que as pessoas. Eu tenho nojo das pessoas, eu abomino as pessoas. Pessoas hipócritas que fingem querer o seu bem, mas te querem isolados em um canto qualquer e chorando até ter os olhos ressecados. Querem que você chore sangue. Eu tentei desabafar por anos, no entanto, ninguém me ouvia, ninguém quis me ouvir, meus gritos eram mudos e só eu podia ouvi-los e ainda ouço. Ouço meus soluços repetindo uma melodia dramática todas as noites, vejo meus pesadelos reprisando em minha mente toda vez que eu fecho os olhos. Eu não tenho talento, eu não sirvo para nada, eu sou apenas uma aspirante à coisa alguma, sem dom algum. Uma frustrada. Uma abandonada. Uma qualquer em um canto qualquer e com pensamentos alheios a toda a realidade. Estou morrendo com a consciência que não farei falta alguma. Eu enxergo coisas onde não tem ou todos são cegos? Eu matei a mim mesma, quando perdi a fé em mim, perdi a fé na vida, bebi o pior veneno de todos, o meu. Eu não tenho nada, nada além da minha autodepreciação. Eu não sou ninguém, eu sou apenas uma ilusão. Eu não existo. 

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Esta é minha última carta e é pra você.

Feira de Santana, 12 de novembro de 2013

Você,

Esta carta é só pra te dizer que eu ainda lembro do seu sorriso, do seu perfume, das suas piadas sem graça, eu ainda lembro de tudo aquilo que você gostava em mim e estou escrevendo isso aqui pra te lembrar também.

 Lembra de como meus olhos brilhavam ao encontrar os seus e de como minhas mãos frias contrastavam e combinavam como as suas quentes? Somos dois pólos, dois opostos, dois egoístas, dois orgulhosos, dois loucos que possivelmente ainda se amam, somos dois, um par. Estou aqui remoendo o canto mais profundo e seguro de minha memória -aquele lugar onde guardo você. E lembrei de um dia no clube em que deitamos na grama e ficamos admirando o céu e jogando papo fora, e quando fomos embora tinha grama no meu cabelo e você riu.  Lembra de quando eu disse que te amava e você quis gritar pra cidade toda ouvir que eu era sua? Lembra da primeira vez que você me viu? Lembra de quando eu cantei pra você aquela música que contaria todo meu arrependimento uns meses depois? Você ainda se lembra de mim? Por favor, se lembre da dor que você sentiu quando sonhou que eu tinha morrido, se lembre de mim. Se lembre sim.
Posso estar parecendo uma louca,  não sei direito o porquê de estar escrevendo isso tudo, mas eu não tenho mais inspiração, não sei mais sobre o que escrever, mas algo dentro de mim grita, que este último texto tem que ser pra você. Sim, você que é o meu primeiro amor, que seja lá onde está, que com certeza não está me lendo, mas se estiver, espero que cada palavra aqui escrita seja sentida por você no seu coração, como a nossa canção. As melhores e piores coisas que já ouvi na vida vieram de você, tento entender como uma pessoa pode despertar tanta intensidade nos meus sentimentos, ainda tenho aquele presente que você me deu, aquele que era o seu preferido e ainda assim você me deu. Estou acabando este texto e não posso esquecer de me desculpar pelas bobagens que falei, por jogar na sua cara coisas que não tinham nada a ver, me desculpa por te magoar. É que eu ainda não sabia como te amar, talvez, agora eu saiba, mas não importa porque já faz tanto tempo, porém, ainda insisto em te pedir que se lembre de "Setembro" e do cordão que tu usavas no pescoço eu e você sabemos que aquilo não era um preço e, sim, uma data.

Não vou te procurar, não vou te incomodar, só queria dizer que esta é minha última carta e é pra você.

Beijos, Adeus.

                                                                       Lina

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Apenas Eu, Parte I


 Faço jus ao nome do blog, cá estão palavras ácidas, desacreditadas, acreditadas, sentimentos, reflexões, confusões, loucuras e tormentas. Cá está meu desespero, meu refúgio, meu lar. Cá estou eu, Just me, Apenas eu.

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Por que eu escrevo?
Pra quem eu escrevo?
Se ninguém me lê, ninguém me ouve, ninguém se importa.
Apenas eu, aliás, apenas eu, o papel e a caneta e só.
E neste triângulo amoroso, eu vou seguindo e escrevendo e me libertando e vivendo.
Sem ninguém me ler, me ouvir ou se importar.
O que seria de mim sem a escrita?
Uma alma atormentada, talvez.
Mas,  escrevo e continuo escrevendo até não ter mais o que escrever
Até não ter mais inspiração...

até a minha última respiração.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Era engano.


Ele era pra mim
Como um raio de sol num dia de chuva
Como um rádio a tocar me afastando do barulho da solidão
Ele era pra mim
Um porto-seguro
Um lar, um amor
Do tamanho da imensidão do mar
Ele era pra mim
Como minha estação favorita
Como a minha melhor investida
Como as músicas do Tom Jobim
Ele era pra mim
Como poesia
Como um romance sem fim
Mas, o encanto acabou
A ilusão passou
Quando eu percebi
Que eu não era pra ele
E ele também não era pra mim.

sábado, 31 de agosto de 2013

Amado

Vem aqui que te conto uma estória bonita, te explico meus problemas e se você  ainda quiser ficar, cê fica.

Quero te mostrar todos os meus lados para você saber dos meus pecados e que nunca fui santa e nem serei.

Vou te narrar detalhadamente os meus defeitos, aí quem sabe tu descobre os meus trejeitos.

Se eu te disser que minha loucura não é definitiva, é só temporária, é uma daquelas paranoias que a gente 
sente, será que você me entende?

Vou te fazer sentir-se em casa, te mostrar meus textos e saber o que cê acha e  depois te oferecer um café ou cafuné.

Eu nunca amei ninguém, eu achava o que o amor fazia da gente refém, então, me perdoa se eu me atrapalhar, porque não quero te assustar.

Mas te digo também, em mim tem coisa boa é que não deixo minhas qualidades à toa, não sei o porquê, mas sempre fui assim.

Depois que você ouvir e ler tudo que eu te mostrar, se cê ainda ficar aqui comigo, faço de mim o teu abrigo.

Olha, moço. Não me acha boba não, por tá fazendo essas rimas básicas, é que rimar coração com canção é tão mais fácil do que viver. E minha vida já é tão complicada.

Só quero ser para você, o que a poesia é pra mim, um porto seguro, e uma terra de amor sem fim. 

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Confissão

 Eu tenho medo. Tenho medo de quando fico sozinha por muito tempo. Temo a solidão. Tenho medo da dor e do buraco fundo que ela vai cavando na gente, tenho medo de cavalos e de bois e de vacas também! Tenho medo de altura e de misturar comidas com leite e acabar morrendo. Tenho medo dos meus pensamentos, porque quando a gente pensa demais pode acabar surtando. Temo a insanidade. Tenho medo do que o futuro guarda pra mim. Temo a frustração de não ter meus sonhos realizados. Tenho medo de perder as pessoas que eu amo, mesmo que a morte seja a única certeza que temos. Tenho medo de não ser amada e de tornar-me uma velha chata e doente. Tenho medo de caminhões porque sempre que vejo um, penso que irá acontecer acidentes. Tenho medo de não saber mais o que escrever, da minha criatividade se esvair no ar. Tenho medo do quão insegura eu posso ser. E tenho medo de não ser feliz, de estar um por um triz e perceber que não vivi, porque tudo que fiz foi temer.

sábado, 25 de maio de 2013

Teses sobre o Amor.



Estou aqui, extasiada com minhas memórias e pensamentos, o barulho da chuva gotejando em meu telhado e o vento uivando em minha janela são meus únicos companheiros nesta noite gelada. De tanto ouvir falar sobre esse tal amor, fico a pensar sobre ele e os efeitos que este causa na vida das pessoas, um questionamento que sempre tive é a respeito da eternidade. Será o amor carnal eterno ou eterno só amor de nossa querida mãe? Acredito que há vários tipo de amor e que todos são eternos até mesmo quando acabam, o que faz de um amor eterno são as lembranças que eles nos deixam, sejam elas boas ou ruins. Quem não se lembra daquele amor de infância que tivemos, por exemplo, aos 6 anos de idade e que com certeza ainda nos lembraremos deste aos 80. O que se acaba é o desejo, a vontade de estar junto, mas o amor está ali, talvez fraco que chega a ser até imperceptível. Mas, se todo amor é eterno, como saberemos quem é o amor de nossas vidas, se é que essa bobagem existe. “Não, não diga que amor é bobagem, por acaso você nunca amou alguém?” Eu amo as pessoas todos os dias, ontem eu amei aquele garoto que jogava futebol e hoje já estou a cair de amores por esse cantor que passou na Tv, esse é o problema de ser tão intensa, eu amo muito, eu amo sempre, não sei viver sem amar, por isso tenho uma vasta coleção de amores e consequentemente, uma vasta coleção de decepções, é a vida. De todos os amores que tive, de todas as experiências que vivenciei ou ouvi falar, creio que o tão falado “amor de nossas vidas” é aquele que por ele não fazemos nada e fazemos tudo, de tudo que já sentimos, ele será o mais forte, mais marcante, mais avassalador e também mais sutil, o que chega a ser contraditório tendo em vista as características anteriores, digo sutil, porque ele será fácil de ser sentido, ele nos trará uma sensação de conforto e de salvação, sim, salvação! O amor derradeiro nos salvará de nós mesmos, dos nossos medos e defeitos mais obscuros, nós iremos mudar de forma tão delicada que nem iremos notar, o amor derradeiro irá modificar nossa vida por completo. Talvez, esse seja o meu texto mais “meloso” ou um dos, mas não vejo como falar desse sentimento sem ser “melosa” porque eu acredito nele, eu o sinto todos os dias, eu conheço os efeitos que ele causa, porque eu sou feita de amor.

domingo, 12 de maio de 2013

Ei, senta aqui, precisamos conversar.

Por que estamos assim um com o outro? Por que andas tão distante de mim? Será que todo aquele amor se acabou? Não estou conseguindo suportar essa tristeza que reside em meu corpo, porque basta você ir que é como se você levasse o meu coração contigo, isso não está certo. Um dia sem você, é um dia cinza, sem cor, sem vida. Volto a fazer as minhas extravagâncias sobre esse meu amor por você, mas é que foi ao seu lado que eu comecei a viver, antes de ti eu apenas existia. Grande parte dos meus escritos é sobre ou para você, não canso-me de deixar registrado em enormes quantidades de papel de carta, o que sinto por você. Você se lembra do que você me dizia depois quando nossos corpos se entregavam um ao outro em um fluxo quase interminável? Eu me lembro, e aquelas palavras assombram-me toda noite, porque seu cheiro está em minha cama, troquei os lençois, mas seu cheiro continua lá, ou será que está em mim? E agora que você se foi, esse vazio, ou melhor, esse enorme conteudo de dor que me restou, ah... isso vai acabar me matando aos poucos, dia após dia, vou perdendo-me. As lágrimas vão caindo, Oh meu Deus e lá se vão indo os pedaços de mim.

terça-feira, 30 de abril de 2013

Envelhecer

Esses dias a ideia sobre a velhice vem assombrando-me por dias e noites, tento imaginar-me com 80 ou 90 anos, com minha pele não mais rígida e meus ossos não mais fortes, minha postura, voz e beleza também não serão mais as mesmas. Quero viver muito, porém, se pudesse tatuar-me com certeza uma de minhas primeiras tatuagens, seria: “Live Fast, Die Young”- Viva Intensamente, morra jovem- isso soaria um tanto quanto contraditório se comparado com a frase anterior, em que eu disse que quero viver muito, sim, eu quero. Mas, o envelhecimento me assusta, queria viver por muito tempo sem ter que envelhecer, sem perder essa essência que tenho agora, mas não por vaidade, repito, não por vaidade. Tenho medo de como estarei em um futuro distante, de como será minha vida com privações e se as pessoas ainda me amarão e estarão ao meu lado, ou se ficarei ao léu, só, abandonada como alguns idosos que vejo por aí. Todos se vão, isso é fato, vejo pessoas que prometeram jamais deixar-me, indo embora aos poucos, e eu finjo não perceber, mas percebo e entristeço-me, será que não faço falta alguma?. Acho que tenho medo da solidão, de me sentir só mais do que já me sinto, no entanto, se eu for fazer um texto para falar dos meus medos é bem capaz que eu acabe por escrever um livro, tenho medo de altura também e nessa altura da vida já estou à temer pela velhice, sendo que estou aos 18 anos de minha vida. Temo a velhice, entretanto, ja me sinto velha em certos aspectos, pois reclamo tanto, resmungo pelos cantos, falo só e minha memória não é das melhores, talvez eu seja uma velha-nova ou nova-velha, não sei. Sendo assim, se eu for envelhecer, que seja sem perceber, sem doer.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Diga-me, meu bem


 E quando você olha para mim, o seu coração acelera como o meu?
E seus olhos me buscam em meio à multidão? 
Me pergunto se meu sorriso é capaz de mudar seu dia, assim como o seu é capaz de mudar o meu.
Por que será que eu tive que me afastar, tive que me ver longe de ti, para perceber que não há vida longe de você - sei, que isso pode parecer um pouco exagerado, mas o que é o amor senão um exagero?- não há 'eu' longe de você, não há nada.
Em meio às minhas preposições, canções não terminadas, poesias sem rimas, em meio ao meu desespero pessoal, ao frio e barulho da chuva, eu ... eu reflito sobre a situação em que me encontro, sobre as pausas de minha existência, enquanto, na verdade, eu queria estar no 'play', queria estar seguindo adiante, porém, vejo que algo me prende, seria essa sua ausência que me deixa estagnada no passado, porque o passado é a única coisa que me liga à você.
Me perco em meus pensamentos, tenho para mim, que a minha mente é mesmo insana, eu sou insana, meu amor por você é insano, mas qual graça teria se tudo fosse normal? O que foi comum nunca me atraiu, eu gosto mesmo é do incerto, do perigoso,  do errado e do mistério que tudo isso me causa, mas o fato é que eu não sei mais de nada, não sou quem eu sou, não sei o que vou fazer, estou escrevendo as palavras na mesma confusão em que elas surgem em minha mente, estes versos descompassados, e talvez, sem sentido. Então, se você aí que está lendo, conseguiu me entender, é meu caro... nossas vidas não vão bem.

quinta-feira, 28 de março de 2013

Alma Conturbada.

Então, aquela jovem moça que aparentemente era feliz, tinha muitos amigos, gostava de cantar e dançar e vivia uma vida tida por muitos como perfeita, porém, ninguém nunca desconfiaria que algumas noites ela trancava-se em seu quarto, chorava e muitas vezes via os monstros sairem debaixo de sua cama, isso a assustava, mas o que ela mais temia era quando ela olhava-se no espelho e via os monstros sairem de dentro dela.

Monstros correndo pelo quarto, luzes se apagando, vidros quebrados, gritos e pedidos de socorro!

Essa era a cena de algumas noites no quarto daquela jovem, mas essa cena era real ou tudo não passava de alucinações daquela cabeça atormentada? Havia dias em que ela era só alegria e seu sorriso era contagiante, nada a assustava, nada a detia, arrisco-me até a dizer que aquela bela jovem era seu único pesadelo. Porque nem ela entendia o que lhe acontecia em certas noites e dias, era como se ela perdesse o controle de suas ações e sua existência nao fizesse o mínimo sentido. Pobre garota que só queria ser feliz, mas não passava de uma alma excêntrica que algumas vezes se tornava conturbada e depressiva.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Breu

Eu só queria sumir um pouco, achar um jeito de me teletransportar daqui, ficar longe dessa sombra negra que me acompanha, não quero tornar-me parte daquilo que eu tenho fugido há anos, não quero sugar para mim, todos esses defeitos alheios que me consomem e de certa forma me destroem. Não vou transforma-me naquilo que tenho medo. Não sou assim, não serei assim. Sai daqui, deixe-me em paz, traga-me a luz, o sossego, apenas deixe-me. Mais uma noite em que águas salgadas escorrem dos meus olhos, mais uma noite acordada com medo dos fantasmas que me perseguem desde a infância e que só se vão na manhã seguinte, mas será que eles se vão ou apenas se escondem por trás de um sorriso qualquer? Mais uma noite que parece...não ter fim.

quarta-feira, 13 de março de 2013

O que restou da rosa.

Flor, era moça pura e ingênua e quieta, até conhecer o amor daí, ela foi se tornando mais doce e alegre e viváz, foi descobrindo os prazeres de amar alguém e de fazer desse alguém seu cantinho, seu lar, seu porto seguro. Mas o vilão, aquele que a jurava amor eterno e carinho e proteção, a trocou por um casinho, aqueles de verão, ela sofreu, chorou, se enfureceu e seu coração tornou-se pedra, ela não acredita mais em bons sentimentos, ela jurou não ser mais de um alguém, suas pétalas foram esfareladas, e a dor do amor... desvirtuou a flor, a doçura que antes ela tinha, transformou-se em amargura, a pureza e ingenuidade, em maldade e a alegria, em tristeza. E a decepção, foi o que restou.

terça-feira, 12 de março de 2013

Eu. Metade. Inteira. Mistério.

Posso ser de milhares de maneiras, de várias formas e cores eu posso ser. Tem dias que só chove dentro de mim e outros não.  Eu sou uma constante inconstância, de atos e pensares. Um querer e não querer, um ter e não ter, um ser ou não ser, mas não é essa a questão, tenho a minha bipolaridade que me faz sorrir e chorar ao mesmo tempo. Não nasci para ser metade de ninguém e também não tenho outra metade à minha espera, sou inteira, sou completa.  Sou obcecada pela  liberdade - que é ilusória, pois ninguém é totalmente livre- , mas sei que sou livre enquanto escrevo, em meus textos despejo meus sentimentos, aflições e desejos mais intrínsecos que tenho. Ninguém nunca me conhecerá totalmente, ninguém nunca terá as mil faces de mim, então encerro por aqui. Fim.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Sou Sua.

   Tentei fugir de ti, tentei fugir desse amor e apagar de vez da minha memória todas as lembranças que tenho de nós dois. Tentei me auto enganar, com uma negação de que já não te amava mais, mas se tanto critiquei as tuas mentiras, seria hipócrita de minha parte, mentir para mim mesma.
   Relutei à aceitar que talvez,  dentro de mim exista mais você do que eu, demorei a compreender que seria mais fácil tentar de novo, do que deixar como estava, levei também um tempo para perceber que existe uma enorme dependência entre nós, me fere imaginar uma vida em que  você não esteja presente, essa ideia de pertencer à um alguém não me agrada, mas de fato sinto que pertenço à ti.
  Não estou dando uma segunda chance apenas pra você, estou dando à mim também, aprendemos com nossos erros passados e espero que possamos finalmente, colher agora os frutos e prazeres do nosso amor, que de certa forma parece inabalável e que assim seja, que dessa vez dê certo e que eu não me arrependa.
   A melhor sensação que já senti, é quando você diz que me ama, o som da sua voz invade todo meu corpo me deixando praticamente paralisada, isso é o efeito somente da sua voz, imagine o que o resto faz.
   Vou seguir com você sem olhar para trás, dessa vez não pensarei demais, segurarei forte na sua mão e te direi que sou sua.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Apenas diga, Eu te amo.



Seria tudo mais fácil, se nós fossémos um casal fácil. Mas, dentre tantas opções escolhemos um ao outro, mesmo com tantas dificuldades,  empecilhos, lutamos por esse amor, por essa complicação que de certa forma nos atrai. É um tanto masoquista essa nossa relação,  nos machucamos, mas gostamos dessa dor, porque ao mesmo tempo que ela nos afasta, ela nos une com uma intensidade incrível. Eu digo que não dá mais, vou embora e peço pra você sumir da minha vida e levar  tudo que me destes. Passam poucos dias, você chega com seu sorriso manso e seu olhar que é puro encanto...  nos beijamos e estamos bem. Tantas idas e vindas, tantas brigas seguidas de beijos de tirar o fôlego, esse nosso romance inconsequente, que já dura quase um ano, quase 12 meses nessa nossa gostosa enrolação, nesse fingir que fingimos não nos amar como antes, sendo que cada dia nos amamos mais.
Ah, como seria mais fácil ter você a hora que eu bem entendesse, porém, se fosse tudo menos complicado, estaríamos juntos? Talvez não. Não quero mais saber do que passou, Esqueça tudo e apenas diga, Eu te amo.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Pois é


E essa minha maluca obsessão pela liberdade
Um dia ainda me colocará em encrenca
Será uma utopia pensar que um dia,
Viverei em um mundo em que as verdades,
serão aceitas e não serão confundidas com grosseria?
Mas, sei que não são todas as verdades que  podem ser contadas
Há coisas que ficam guardadas só para nós, não é?
Aquele segredinho só nosso, aquela parte de nós que nunca será revelada para ninguém.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Moving On







  Há um tempo atrás, meu eu estava confuso e em pedaços, eu achava que não conseguiria sair de um profundo e sombrio buraco que já foi citado por mim em posts anteriores, porém, nada como o tempo para pôr tudo em seu devido lugar, e cá estou.
  Hoje, estou feliz e volto a ser aquela garota otimista e esperançosa que sempre fui, estou vivendo uma nova etapa da minha vida e isso me anima, me alegra e principalmente me distrai, estou deixando para trás - ou ao menos tentando- toda aquela tristeza que estava em meu peito e aquilo vazio que eu sentia e que de uma certa forma ainda está aqui, vem sendo preenchido com todo o amor que eu sinto por mim. Finalmente eu percebi que estou seguindo em frente.
 

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Só.

São só pessoas. São só atitudes. São só palavras. São só magóas. É só uma garota chateada. É só um coração partido. É só uma esperança de um futuro melhor. Só, só, só , só ... Não é só, não é somente uma coisa, são sequências de coisas, acontecimentos, pessoas, sentimentos inacabados que tornam tudo tão difícil. Fico imaginando a capacidade que as pessoas tem de machucarem umas às outras, de serem tão vazias, ou melhor tão cheias de coisas ruins. Mesmo antes de aprender a amar, eu sabia que era feita de amor, eu quero dar amor, mas não por querer receber em troca e sim por apenas dá. Às vezes me perco em meus pensamentos mais sombrios e assustadores e me imagino em um buraco profundo e sem fim, cercada pelos meus medos, frustrações, raivas, angústias, inseguranças, por tudo aquilo que me faz mal, que veio de alguém e que hoje está em mim. Tenho consciência de que quando estou em uma dessas minhas crises digamos que, de existência, meus sentimentos se afloram e ficam totalmente exacerbados, é uma fase, eu sei. Procuro em outras pessoas uma força que não existe em mim agora, mas eu sei que ela está escondida em algum lugar, assim como as minhas melhores qualidades, preciso de algo novo, de gente nova mas devido as minhas más experiências, até assusta conhecer gente nova, enquanto isso continuo me sentindo só.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Born to Die

"Feet don't fail me now
Take me to the finish line..."

Tradução:
"Pés, não me falhem agora
Leve-me até a linha de chegada..."

Iniciei esse texto, com um trecho da música Born to Die- Lana del Rey que também dá nome ao mesmo, essa é uma música que eu gosto muito e que coincidentemente o cd de mesmo nome fez aniversário ontem, no dia em que ocorreu uma tragédia que chocou o Brasil. Não estou aqui para falar os motivos que levaram ao incêndio na boate em Santa Maria, afinal, eu não gosto e nem aguento mais ler/ouvir sobre esse assunto, o fato é que, ao ver a dor que as pessoas que perderam alguém nesse triste acontecido me tocou.
Poderia ter sido você, poderia ter sido eu. Como é acordar e perceber que aquele alguém que você ama, um amigo, um irmão, um parente, não estará mais ao seu lado? Tudo pode acontecer a qualquer momento, nós não sabemos quando iremos morrer, só sabemos que iremos morrer. O que você faria se estivesse preso em uma boate em chamas? Quais seriam suas últimas palavras? e para quem seriam essas últimas palavras? É necessário um choque tão grande como esse para notarmos o quão nós somos impotentes em relação aquilo que pode nos acontecer. Um simples gesto de carinho, um eu te amo verdadeiro, isso faz diferença. Vamos aproveitar a vida, o hoje, o agora, vamos dizer o quanto amamos aqueles que estão ao nosso redor, vamos valorizar cada segundo que temos. Porque ninguém sabe o que pode acontecer depois, o que pode acontecer amanhã ou hoje.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Matar esse amor dentro de mim.

É difícil fazer uma retrospectiva dos últimos meses e ver o quanto eu vivi sob uma ilusão, é difícil ver que aquilo que eu queria, que aquele alguém que eu sonhava todas as noites e pensava todas as manhãs, nunca existiu.  Nas últimas coisas que eu escrevi, eu carregava um otimismo no meu peito, eu ainda conseguia ver em você, aquele garoto maravilhoso que eu me apaixonei e que infelizmente eu ainda amo, mas ao passar dos dias e das coisas que vou descobrindo,  o otimismo se transforma em dor, em raiva, em vergonha e em outros sentimentos que são opostos de tudo que eu sentia nos meses passados. É uma dor tão forte, tão pesada que não adianta chorar, gritar, só me resta escrever. Quantos outros textos serão necessários? Quanto tempo leva pra essa dor passar? Quanto tempo que leva pra cicatrizar essas feridas que estão em mim, na minha alma? Tem dor pior do que aquela que ultrapassa os limites do corpo fisico? Não tem. Busco no melhor lado que há em mim, as explicações pra todo que aconteceu, procuro um conforto que eu sei que não existe, em futuras lições de vida. Não faço ideia se serei capaz de algum dia amar alguém como eu amo você, droga, amo, amo é presente, queria poder falar esse verbo no passado. Queria poder deixar você no meu passado, deixar esse sofrimento e enfim seguir minha vida e ser feliz. As coisas chegaram em um ponto que nem a sua felicidade eu consigo mais desejar, eu quero a minha felicidade, o meu sorriso de volta.
Suas palavras hoje não significam mais nada para mim, afinal, foram elas que mentiram, foram elas que me iludiram e por que agora seria diferente? Acabou a confiança, confiança é a base de tudo e sem base nada é construido. Eu queria poder ir dormir hoje e esquecer tudo isso que eu estou sentindo, que toda essa dor sumisse, mas logo volto a realidade e sei que isso não irá acontecer. A única coisa que me resta é dar tempo ao tempo, e esperar ele matar esse amor dentro de mim, antes que esse amor me mate.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Acabou



Você sabe como é ter seus sonhos acabados? Você sabe como é de repente aquilo que você sempre temia que acontecesse, acontecer?

De tudo que aconteceu ao longo desse tempo, não foi de tudo flor, nem de tudo dor... foram muitos momentos bons e outros que não quero mais lembrar. O fato é que não dá mais pra mim, eu não quero viver de ilusão, mentiras e desconfianças. Amor, nem sempre é suficiente. Eu tenho que seguir em frente, não sei como será sem você, porém eu sei, que de qualquer forma eu estarei bem, porque eu quero estar bem e eu farei de tudo para isso. É doloroso ter a certeza que acabou e que eu que estou dando um ponto “final” nisso. -Final entre aspas eu disse, pois não sou conhecedora do futuro- Escrever é como um terapia para mim, me ajuda a pensar e nesse caso principalmente me ajuda a superar. Muitas coisas boas você me ensinou e só das coisas boas lembrarei, pois sou feita de coisas boas e coisas boas eu farei, talvez eu ainda escreva alguns textos e/ou histórias tristes, mas em mim e para mim tristeza é só uma condição de momento e se nossa vida não tivesse tristeza, como iríamos reconhecer a alegria? Hoje, não dói tanto como antes, eu estive me preparando para isso desde o início, é uma paranoia minha esperar o pior de todas as pessoas, talvez seja um sistema de defesa contra futuras decepções. Expectativas tendem a frustar, tentarei viver agora com menos expectativas.
Vou guardar o melhor de ti, não vou esquecer que em ti –mesmo existindo a hipótese, de suas qualidades serem apenas projeções dos meus desejos- eu encontrei o melhor de mim, quero que você seja feliz, não te desejo mal, siga sua vida, valorize cada lição que aprender ao decorrer dela. Eu estive pensando muito, mas por 7 meses, eu pensei em você, pensei em nós. E agora, chegou a hora de pensar em mim, no que será melhor para mim nesse momento. Sabe, me sinto esgotada emocionalmente, continuar com você seria algo que eu não conseguiria lidar mais, sempre haveria algo pra nos atrapalhar e sinceramente, não sei se quero acreditar em ti, não sei no que acreditar, se eu parasse para seguir meu coração, eu aceitaria você mais uma vez. Mas, eu estou seguindo meu cérebro, meu coração não está em condição de decidir nada, eu o segui e olha onde eu estou agora. Não quero que você se culpe por isso, mesmo tendo plena consciência que você está errado. Quem ama não mente, lembra disso.

Não vou te transformar em um monstro que acabou com os sonhos românticos de uma adolescente ingênua, afinal essa não sou eu, não é verdade? Vou te transformar em textos, eu sei que por um longo tempo você estará presente em algumas coisas que escreverei – eu estou escrevendo isso sorrindo, espero que você esteja lendo assim também- Amor desde os mais remotos tempos, serviu de inspiração e agora não é diferente. Não queria que esse fosse um texto de despedida, mas é melhor eu me afastar de você, consequência dos seus atos, só pra lembrar! , Fica bem, eu dizia que você era meu paraíso, sem você eu viverei no inferno? Lógico que não, eu tenho o meu próprio paraíso e será nele que eu focarei, por que eu nunca decepcionarei a mim mesma.