quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Não acredite em Louise

Tudo naquela mulher é um perigo porque nada que ela faz é por acaso. Dos pés aos fios de cabelo, do sorriso inocente ao olhar misterioso, da voz doce ao gênio do cão. Tudo naquela mulher seduz. É inevitável não querê-la, ela é um desafio para qualquer mortal. Ela parece perfeita com toda a sua imperfeição. Mas não se engane, há veneno naqueles lábios pintados de vermelho sangue. Minha pequena Louise não sabe amar – a sua diversão é conquistar, é ter todos aos seus pés para depois abandonar um por um, sem dó, sem piedade. Minha pequena Louise tem no coração o inverno do Alasca e naquela pele de verão, o calor do inferno. Ela roubou minh’alma no instante em que olhou para mim e naquele momento eu pensei que era ela, só ela, a mulher que eu amaria. Eu devia ter notado o rebolar dela ao andar por aquele restaurante. Eu devia ter notado o quão confortável ela estava com todos aqueles olhares que recebia. Eu devia ter notado que seria só mais um a provar do gosto agridoce que ela tem. Ela tem o cheiro de pecado, mas para mim ela é uma virtude. Bem aventurado será o homem que por descuido do destino terá um dia o amor daquela mulher.