quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Culpada! - A inocência nunca existiu. FINAL.

PARTE VII
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Ela acreditou naquilo que sempre ouvira de sua mãe e de todos da cidade onde nasceu. Beth era um lindo bebê, mal sabia o destino brilhante que teria pela frente se não tivesse seguido pelo mau caminho. Nós somos donos dos nossos destinos e Elizabeth mudou o dela.
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Assaltar um banco foi uma péssima ideia eu e Gregory fomos presos e descobertos, agora estamos sendo levados para Nova Iorque.
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Era o dia do meu julgamento, ter fugido do país foi aceitar a minha culpa, mas eu aleguei estar assustada e com medo de ser morta pelos bandidos que mataram o meu falecido marido.

- Eu sou inocente, eu fugi porque estava com medo de me matarem também.
- Senhora Smith, a arma do crime foi encontrada e as suas digitais estavam nelas, além do mais, há uma denúncia que a senhora não prestou socorro a Ítalo Fernandes, testemunhas afirmaram que a senhora deixou o Brasil logo após a morte dele. E também, a senhora foi presa após roubar um banco no México. As evidências estão claras.
- Meu currículo até que não é tão extenso, não é? O senhor está certo eu fiz tudo isso mesmo e não me arrependo de nada. Eu sou uma vítima dessa história toda, uma vítima do destino, sempre fui.
- Vítima? Você é uma assassina cruel!!
- Eu fui abandonada pelo meu pai e minha mãe nunca me amou, todos me odiavam. Stephen atirou na única pessoa que me ama de verdade, me ama por quem eu sou . EU MATEI STEPHEN SMITH PARA PROTEGER O HOMEM QUE EU AMO.
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Eu e Gregory fomos condenados à prisão perpetua como já imaginávamos. Ele é a minha vida e eu a dele, sem ele eu não sou nada, agora eu entendi isso, eu não preciso de dinheiro, de luxo, de joias, eu só preciso dele e agora não teremos mais um ao outro. Estamos literalmente condenados a passarmos o resto de nossas vidas sem nos vermos. Isso não me parece justo. Os únicos momentos de felicidade verdadeira que eu tive foram ao lado dele.
  
Eu prefiro morrer ao viver sem ele. Pensamos em suicídio duplo, mas seria muito clichê, muito Romeu e Julieta. Então, pensamos em duplo homicídio que combina mais com a gente.
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Frente a frente... ainda não estávamos algemados e como bandidos que somos temos nossos truques, eu estava armada e ele também, teríamos que ser rápidos e fatais. Só tínhamos uma chance e não podíamos desperdiçá-la.

Eu apontei a arma na direção dele e ele na minha.

- 1,2,3 – eu disse.

Tiros foram dados e nós estávamos caídos no chão e mortos.
Se existe um inferno, estaremos juntos lá por toda a eternidade. Somos culpados pelos nossos destinos, nós nos merecemos, nossa inocência nunca existiu.
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FIM!
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Se você for detalhista deve estar se perguntando: "se ela morreu como que ela contou essa história?" Bom, Elizabeth e Gregory juntos são capazes de desafiar a própria morte.








quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Culpada! - A inocência nunca existiu. Parte VI

PARTE VI
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Ela disse que sim...
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Estávamos no México, Greg já estava quase 100% recuperado e nós tínhamos dinheiro o suficiente para viver bem. Durante toda minha vida eu estive acostumada a estar sozinha, sempre foi só eu e eu só me preocupava comigo. Os relacionamentos que tive, não levei nenhum a sério – só queria dinheiro e prazer. Não acreditava em amor, acho que nunca amei minha mãe, mas como poderia amá-la se ela me odiava? O senhor e a senhora Silva me tratavam muito bem e me deram carinho, mas também nunca cheguei a amá-los.

Quando eu vi Gregory pela primeira vez, lá naquele banco -sob toda a pressão de estar sendo assaltada e perdendo a única coisa que me importava que era o dinheiro- eu olhei fixamente nos olhos dele e senti uma afeição tão grande como se eu já o conhecesse, se eu fosse um doce ou uma dessas mulheres românticas diria que foi uma espécie de amor à primeira vista. Mas, eu comecei a amar Gregory Miller com a convivência, após cada conversa, risos, ele sempre foi muito cuidadoso comigo e sempre fez questão de dizer o quão maravilhosa eu sou,  ele sabe tudo sobre mim, sobre como foi a minha infância, adolescência e tudo que eu fiz para sobreviver até hoje. Ele ama a mulher destruidora que há em mim. Ele me ama.

- Beth, você acha que estão procurando por nós?
- Certamente, eu matei um dos mais importantes empresários de Nova Iorque e depois fugi. Você está com medo?
- Você está?
- Não tive medo quando você estava com uma arma na minha cabeça e não o tenho agora. Eu me sinto segura com você.
- Você é louca, tem uma alma impura. É inteligente e incrivelmente linda. Soube que você não prestava desde a primeira vez que te vi.
- Nós não prestamos. Eu, Elizabeth e você, Gregory Miller não valemos nada e por isso valemos tanto um para o outro.
- Qual é o seu sobrenome? Até hoje você nunca me disse.
- Agora é Silva Smith por causa do defunto. Antes dos meus 15 anos eu não tinha, porque meu pai não me registrou e minha mãe me chamava de diabinha, aí eu escolhi Elizabeth para ser o meu nome. Na cidade que eu morava e estudei as pessoas pensavam que eu atraía coisas ruins, por isso, não relutaram na minha matrícula na escola. Quando eu saí de lá e conheci a Joana ela me deu o sobrenome dela que era Silva.
- Você com o sobrenome dela não poderia ter herdado a casa e ter tido uma vida diferente de agora?
- Não, porque meu nome não estava no testamento e ela não me adotou legalmente. Não me arrependo de nada que fiz, não mudaria nada, se mudasse, talvez, nunca te conhecesse. Você é a melhor coisa que já me aconteceu. Eu te amo.
- OH, O QUÊ? SERÁ QUE A SENHORITA PODE REPETIR? Ahh, acho que tive a impressão de ouvi-la dizer que me ama, sabe?! E você nunca me disse isso. Você me ama?
- SIIIIIIIIIIIIM. EU TE AMO GREGORY MILLER. Eu amo o jeito que você segura uma arma. Amo cada parte do seu corpo. Eu amo sua voz, o jeito que você mexe no cabelo, eu amo o seu cheiro, seu sorriso, eu amo seus olhos, sua boca, principalmente quando está na minha, amo conversar com você, amo o jeito que você me entende e não me julga, eu amo o fato de sua alma sombria ser tão parecida com a minha. Amo ter te encontrado.
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Há dois anos eu e Greg moramos no México. Ele é louco pra ser pai, porém, não podemos ter um filho porque se formos preso o que acontecerá com essa criança? Não quero que cresça sozinha como eu, então prefiro nem tê-la.
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- Querida, tem um problema.
- O que foi?
- Não temos mais dinheiro, não podemos vender suas joias para não dar bandeira. O que vamos fazer?
- Roubar.
- É arriscado demais.
- Ninguém quer nos dar emprego, se não querem nos dar dinheiro por livre e espontânea vontade, vamos tomar deles.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Culpada! - A inocência nunca existiu. Parte V

PARTE V
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O amor às vezes desperta o pior que há na gente.
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Alguns meses depois...

Eu e Greg estávamos decididos a matar Stephen e dar o fora daqui, mas tudo teria que ser detalhadamente planejado para parecer um acidente. Se Steph fosse cardíaco seria fácil, era só eu dar um susto grande nele e fazer como fiz com o velho do Fernandes. Mas meu marido tinha uma saúde de ferro e muitos seguranças. Então, decidimos planejar um assalto no qual eu faria o papel de esposa desesperada e preocupada. Greg e seus comparsas nos assaltariam, Stephen seria morto e eu seria a triste viúva. Era o crime perfeito. Eu só precisava dar um jeito de me livrar dos seguranças e desligar os alarmes, então, sugeri que não havia perigo para nós e que Stephen deveria dar folga a todos os empregados para termos uma noite romântica em nossa casa.
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Tudo certo, seria essa noite, os empregados estavam fora e só eu e Stephen estávamos em casa, vendo um filme. Eu estava ansiosa e tentando não demonstrar isso.

De repente, entram os bandidos encapuzados e nos pegam na sala de estar, Stephen me manda correr.

- Corre, Elizabeth. Ligue para a polícia.
-  A VADIA NÃO VAI PRA LUGAR NENHUM! ONDE FICA O COFRE? FALA, ONDE FICA O COFRE?

Tudo estava indo como planejado quando Stephen saiu correndo e entrou no seu escritório. Daí, tivemos que improvisar, alguns tiros foram dados na porta do escritório e eu  comecei a gritar na sala simulando que estava sendo violentada e de repente Stephen apareceu armado – droga, eu não sabia que ele tinha uma arma. Eu tinha dado a combinação e localização do cofre e os cúmplices de Greg estavam lá, pegando nosso dinheiro.

Eu. Greg. Stephen e duas armas.

Eu estava mais afastada e corri em direção a Stephen quando ele atirou em Greg, três tiros que o levaram ao chão. Eu gritei como uma louca, eu estava desesperada, Stephen me puxando pelos braços para fugirmos dali, mas ele tinha baleado o cara que eu amo. Sim, naquele momento com Greg ensanguentado no chão da minha casa, eu percebi o quanto eu o amo. Eu peguei a arma da mão de Stephen e atirei nele com tanta raiva, tantos tiros que não pude contar.

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Agora estávamos saindo dali, tinha que levar Greg ao hospital ele não poderia fugir daquele jeito, precisava de alguns cuidados antes, para ganhar mais tempo pedi que Collin – melhor amigo de Greg- o levasse para o hospital, enquanto eu enrolaria a polícia e depois seguiríamos o resto do plano.
Quebrei todas as câmeras e fitas de segurança e dei sumiço na arma do crime, como eu estava realmente desesperada pelo que acontecera com Greg o meu sofrimento foi convincente para os políciais.
Lembranças da minha infância vinham na minha mente, as palavras da minha mãe: “você é um ímã de desgraça”, “nunca será feliz” “tá destinada a fazer as coisas erradas” “eu não deveria ter tido você”. Será que aquilo tudo era verdade? Como seria a minha vida se eu não tivesse saído de casa aos 15 anos? Eu só conseguia pensar em Greg e na grande merda em que eu estava envolvida.
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Gregory teve alta, se eu fugisse agora seria a mesma coisa de afirmar que sou culpada, a investigação da morte de Stephen ainda não tinha sido concluída e eu era a maior suspeita, meu advogado tinha me dito que não poderia sair da cidade.

- Greg, como você está se sentindo?
- Estou melhor, o que vamos fazer agora?
- Fugir, ir pra longe daqui. O que você acha sobre o México?
- Acho maravilhoso qualquer lugar em que você esteja.
- Então, vamos lá... Já providenciei identidades falsas para a gente e teremos que mudar um pouco nosso visual, tudo bem?
- Ok.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Culpada! - A inocência nunca existiu. Parte IV

PARTE IV
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O reencontro. O casamento. A traição
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Quando eu o avistei, eu não pude pensar em nada, por um momento era como se só existisse ele e eu naquele salão e nada mais.
Gregory era alto, forte, tinha cabelo castanho claro e aqueles lindos olhos cor de mel. Era, de fato, o homem mais lindo que eu já tinha visto. Eu fingi que não havia o reconhecido do assalto para ele não fugir de mim, eu não estava apaixonada por ele, mas ele era um potencial amante para satisfazer as minhas vontades não-financeiras.
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Daquele dia em diante, meus encontros com Greg foram cada vez mais frequentes, ele era inteligente e sabia falar sobre exatamente tudo, o que me levava a pensar “Tão lindo e inteligente, poderia ter tudo e virou bandido?” mas eu calava por gostar de sua companhia. Dávamos-nos muito bem, nós tínhamos aquilo que costumam chamar de química, e também uma certa forma de telepatia, eu ‘lia’ os pensamentos dele e ele os meus – pelo menos alguns. Nós passávamos horas conversando, ele era a única pessoa com quem eu realmente conversava, em pouco tempo nos tornamos cúmplices e amantes.
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É o dia do meu casamento. Eu estava noiva de Stephen há seis meses, mas eu não estava decidida se casar-me era a decisão certa, afinal, eu estava com Gregory também e o pior, eu estava loucamente apaixonada por aquele bandido.

- Não se case com ele, Beth. Eu fui trabalhar de garçom naquele jantar só pra te reencontrar, eu me arrisquei e continuando me arriscando por você.
- Mas eu preciso de dinheiro, ele pode me dar a vida de luxo que eu mereço.
- Eu também.
- Você também? Não seja bobo, Gregory. Você acha mesmo que vai conseguir me dar uma vida de luxo assaltando bancos por aí? Vale lembrar que até hoje você não conseguiu me compensar pelas joias e dinheiro que me roubou.
- MAS QUE MERDA, ELIZABETH. ATÉ QUANDO VOCÊ VAI JOGAR ISSO NA MINHA CARA?
-  Desculpe, querido. Eu só disse a verdade.
- Parece que o amor que eu te dou não é suficiente. Você não me ama?
-  Eu tenho que ir, te vejo quando voltar da lua de mel.

“Parece que o amor que eu te dou não é suficiente. Você não me ama?” Essa pergunta ficou martelando na minha mente, eu nunca disse que amei alguém. Droga, eu tenho 20 anos e eu nunca disse ‘eu te amo’. Aquele era o momento? Eu o amo?

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Eu estava pronta, todos diziam que eu era a noiva mais linda de todas. A igreja estava belíssima, uma decoração glamourosa e eu me perguntava: ‘pra quê tanto ouro na igreja? O casamento foi sem emoção – pelo menos pra mim. Stephen disse sim e eu também. E quando eu estava indo para a lua de mel a única coisa me deixava feliz era saber que agora eu era uma milionária e se Stephen morresse, eu seria a única herdeira. “Não é uma má ideia” pensei. Agora vou curtir a minha lua de mel, mal posso esperar...
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A lua de mel foi maravilhosa, Paris e Grécia são lugares deslumbrantes, no entanto, eu sentia falta de Gregory nunca passamos mais de 24 horas sem nos ver desde os seis meses que nos conhecíamos. Eu mal podia esperar para estar com ele novamente. Só mais duas semanas. Só mais duas semanas...
Quando retornei a Nova Iorque, fui me encontrar com o meu bandido favorito.

- Beeeeeeeeth, você voltou, meu amor. Estava morrendo de saudade, Como foi? Tirou muito dinheiro do otário?
- Haha, acho sexy quando você fala assim. A viagem seria melhor se você estivesse lá, eu deveria ter dado um jeito de te levar.

Eu havia inventado uma desculpa para dormir fora de casa naquela noite e como Stephen tinha negócios para cuidar não se importou com a minha ausência.
Eu e Greg estávamos em nossa casa, sim, tínhamos uma que Greg construiu com dinheiro de assaltos e com o que eu tirava de Stephen. Era uma linda casa, era nossa cara, nosso lar. Pensei em morar ali com ele.

- Beth, eu estive pensando e...
- E? fala...
- O Stephen tem filhos?
- Não que eu saiba, por quê?
- Então se algo acontecer com ele, você herda tudo?
- Exatamente, eu pensei nisso assim que embarquei no avião para Paris.
- Minha garota má. Você é minha, sabia?
- Sim e você é meu. De alguma forma nossas mentes perversas se completam e se entendem.
- Eu adoro isso na gente.
- Eu adoro tudo em você.