quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Culpada! - A inocência nunca existiu. Parte VI

PARTE VI
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Ela disse que sim...
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Estávamos no México, Greg já estava quase 100% recuperado e nós tínhamos dinheiro o suficiente para viver bem. Durante toda minha vida eu estive acostumada a estar sozinha, sempre foi só eu e eu só me preocupava comigo. Os relacionamentos que tive, não levei nenhum a sério – só queria dinheiro e prazer. Não acreditava em amor, acho que nunca amei minha mãe, mas como poderia amá-la se ela me odiava? O senhor e a senhora Silva me tratavam muito bem e me deram carinho, mas também nunca cheguei a amá-los.

Quando eu vi Gregory pela primeira vez, lá naquele banco -sob toda a pressão de estar sendo assaltada e perdendo a única coisa que me importava que era o dinheiro- eu olhei fixamente nos olhos dele e senti uma afeição tão grande como se eu já o conhecesse, se eu fosse um doce ou uma dessas mulheres românticas diria que foi uma espécie de amor à primeira vista. Mas, eu comecei a amar Gregory Miller com a convivência, após cada conversa, risos, ele sempre foi muito cuidadoso comigo e sempre fez questão de dizer o quão maravilhosa eu sou,  ele sabe tudo sobre mim, sobre como foi a minha infância, adolescência e tudo que eu fiz para sobreviver até hoje. Ele ama a mulher destruidora que há em mim. Ele me ama.

- Beth, você acha que estão procurando por nós?
- Certamente, eu matei um dos mais importantes empresários de Nova Iorque e depois fugi. Você está com medo?
- Você está?
- Não tive medo quando você estava com uma arma na minha cabeça e não o tenho agora. Eu me sinto segura com você.
- Você é louca, tem uma alma impura. É inteligente e incrivelmente linda. Soube que você não prestava desde a primeira vez que te vi.
- Nós não prestamos. Eu, Elizabeth e você, Gregory Miller não valemos nada e por isso valemos tanto um para o outro.
- Qual é o seu sobrenome? Até hoje você nunca me disse.
- Agora é Silva Smith por causa do defunto. Antes dos meus 15 anos eu não tinha, porque meu pai não me registrou e minha mãe me chamava de diabinha, aí eu escolhi Elizabeth para ser o meu nome. Na cidade que eu morava e estudei as pessoas pensavam que eu atraía coisas ruins, por isso, não relutaram na minha matrícula na escola. Quando eu saí de lá e conheci a Joana ela me deu o sobrenome dela que era Silva.
- Você com o sobrenome dela não poderia ter herdado a casa e ter tido uma vida diferente de agora?
- Não, porque meu nome não estava no testamento e ela não me adotou legalmente. Não me arrependo de nada que fiz, não mudaria nada, se mudasse, talvez, nunca te conhecesse. Você é a melhor coisa que já me aconteceu. Eu te amo.
- OH, O QUÊ? SERÁ QUE A SENHORITA PODE REPETIR? Ahh, acho que tive a impressão de ouvi-la dizer que me ama, sabe?! E você nunca me disse isso. Você me ama?
- SIIIIIIIIIIIIM. EU TE AMO GREGORY MILLER. Eu amo o jeito que você segura uma arma. Amo cada parte do seu corpo. Eu amo sua voz, o jeito que você mexe no cabelo, eu amo o seu cheiro, seu sorriso, eu amo seus olhos, sua boca, principalmente quando está na minha, amo conversar com você, amo o jeito que você me entende e não me julga, eu amo o fato de sua alma sombria ser tão parecida com a minha. Amo ter te encontrado.
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Há dois anos eu e Greg moramos no México. Ele é louco pra ser pai, porém, não podemos ter um filho porque se formos preso o que acontecerá com essa criança? Não quero que cresça sozinha como eu, então prefiro nem tê-la.
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- Querida, tem um problema.
- O que foi?
- Não temos mais dinheiro, não podemos vender suas joias para não dar bandeira. O que vamos fazer?
- Roubar.
- É arriscado demais.
- Ninguém quer nos dar emprego, se não querem nos dar dinheiro por livre e espontânea vontade, vamos tomar deles.

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