Se
você multiplicar todos os meus sonhos...
Todas
as minhas esperanças.
Se
você multiplicar os poucos desejos que ainda ardem em meu peito...
E
tudo que eu faço, talvez, nem faça tanto.
Se
tudo isso for multiplicado por zero, você irá entender.
Não
sobra nada, não há nada.
Só
o vazio que preenche tudo, que incomoda tanto.
Que
dói.
Que
gela.
Que
queima.
Que
rasga.
Que
destrói.
Se
eu olhar para trás e em seguida olhar para frente, vejo que pouca coisa mudou,
talvez, só as pessoas que agora passam em minha frente ignorando a minha
presença.
Observo
a pressa que elas atravessam a rua, algumas pessoas são cuidadosas e esperam os
carros estarem afastados. Mas não são cuidadosas o suficiente para andarem até
a faixa de pedestres.
Outras
pessoas apenas correm enquanto os carros buzinam. Mas lá estão elas, do outro
lado, caminhando agora para seus respectivos destinos.
E,
eu aqui.
Todos
sabem para onde ir.
Posso
vê-los indo.
E,
eu aqui.
Vermelho
Amarelo
Verde
E,
eu aqui.
Se
você multiplicar tudo que eu ainda sei por zero...
Não
sobra nada, não há nada.
Nunca
houve.