Tudo naquela mulher é um perigo porque nada que ela faz é
por acaso. Dos pés aos fios de cabelo, do sorriso inocente ao olhar misterioso,
da voz doce ao gênio do cão. Tudo naquela mulher seduz. É inevitável não
querê-la, ela é um desafio para qualquer mortal. Ela parece perfeita com toda a
sua imperfeição. Mas não se engane, há veneno naqueles lábios pintados de
vermelho sangue. Minha pequena Louise não sabe amar – a sua diversão é
conquistar, é ter todos aos seus pés para depois abandonar um por um, sem dó,
sem piedade. Minha pequena Louise tem no coração o inverno do Alasca e naquela
pele de verão, o calor do inferno. Ela roubou minh’alma no instante em que
olhou para mim e naquele momento eu pensei que era ela, só ela, a mulher que eu
amaria. Eu devia ter notado o rebolar dela ao andar por aquele restaurante. Eu
devia ter notado o quão confortável ela estava com todos aqueles olhares que
recebia. Eu devia ter notado que seria só mais um a provar do gosto agridoce
que ela tem. Ela tem o cheiro de pecado, mas para mim ela é uma virtude. Bem
aventurado será o homem que por descuido do destino terá um dia o amor daquela
mulher.
Just Me
quinta-feira, 15 de janeiro de 2015
quinta-feira, 9 de outubro de 2014
Semáforo
Se
você multiplicar todos os meus sonhos...
Todas
as minhas esperanças.
Se
você multiplicar os poucos desejos que ainda ardem em meu peito...
E
tudo que eu faço, talvez, nem faça tanto.
Se
tudo isso for multiplicado por zero, você irá entender.
Não
sobra nada, não há nada.
Só
o vazio que preenche tudo, que incomoda tanto.
Que
dói.
Que
gela.
Que
queima.
Que
rasga.
Que
destrói.
Se
eu olhar para trás e em seguida olhar para frente, vejo que pouca coisa mudou,
talvez, só as pessoas que agora passam em minha frente ignorando a minha
presença.
Observo
a pressa que elas atravessam a rua, algumas pessoas são cuidadosas e esperam os
carros estarem afastados. Mas não são cuidadosas o suficiente para andarem até
a faixa de pedestres.
Outras
pessoas apenas correm enquanto os carros buzinam. Mas lá estão elas, do outro
lado, caminhando agora para seus respectivos destinos.
E,
eu aqui.
Todos
sabem para onde ir.
Posso
vê-los indo.
E,
eu aqui.
Vermelho
Amarelo
Verde
E,
eu aqui.
Se
você multiplicar tudo que eu ainda sei por zero...
Não
sobra nada, não há nada.
Nunca
houve.
domingo, 1 de junho de 2014
Desculpas recusadas.
Desculpe-me
Se
eu gaguejar, mas preciso desabafar.
Vou
te alertar: puxa uma cadeira que posso demorar (ou não).
Talvez,
quando eu chegar à metade, já tenha decidido que falei demais
Ou
mostrei demais aquilo que a catorze chaves eu luto para guardar.
(porque
sete seria pouco e eu peco pelo excesso).
O
exagero está em tudo.
Tudo
que vejo, tudo que falo, tudo que não falo, tudo que sinto.
Talvez,
nem sinta. Talvez, eu finja.
Não,
pensando bem, eu não finjo.
“PARE!” eu grito para minh’alma
que não tem mais a calmaria de outrora.
Calmaria
que nunca está presente em meus flashes de inspiração.
Raiva
insistentemente está contida em todos os meus sentimentos insanos.
“Foque no lado
bom”
este era o meu plano.
Desculpe-me
Eu
não tenho um lado bom.
Nada
em mim é bom.
Nada
em mim é paz.
Tudo
em mim é a tormenta que a minha mente faz.
Que
eu faço.
Que
eu falo.
Que
eu penso.
“Ora, você está
ficando louca”
Ora, eu só estou aflorando
Ou
melhor, explicando
Ou
melhor, tentando explicar
Ou melhor, vomitando.
Sim,
vomitando todas estas palavras frívolas e inconsequentes, assim como eu.
Assim
como o sol, que não brilha a noite.
Assim
como a lua, que não brilha ao dia.
“NÃO!” Eu amo o sol,
ele não é estúpido.
Eu
amo a lua, ela não estúpida.
Por
que queres, pobre criança, odiar as coisas além de ti?
Por
que queres odiar a tudo?
Por que queres, pobre criança, brincar com as palavras?
Se
elas fogem de ti como o diabo foge da cruz.
Ó,
pobre criança, nada em ti reluz.
“Seca estes
olhos”
Não deixe que tuas bobagens encharquem o teu teclado como tu é encharcada de
descontrole existencial.
Nem
sei porquê existes, nem sei porquê insistes em tentar desabafar.
Cala
a boca. Ate as mãos. Sufoca o ar que entra em tuas narinas...
E
morre.
E
te juntes a terra.
E
aos vermes que te esperam.
Ou,
que desde já, te rejeitam.
Desculpe-me
Mas
nem a morte me aceita.
Ela
me nega.
Ela
me cega.
Porque
está em tudo que eu vejo.
Aonde
eu vou não há sossego.
Vou
te alertar: Se afasta de mim.
Vou
te alertar: Não faça de mim a tua casa porque aqui, garoto, não cabe nada além
de penar.
Vou
te alertar...
Vou
te
alertar...
Eu
perco o som.
Perdi
o tom.
Gaguejei.
Cobro
de mim muito mais que um religioso hipócrita e condenado cobra o dízimo.
Cobro
de mim muito mais que o diabo.
Cobro
de mim mais do que deus e seus mandamentos.
Cobro
tanto de mim que me odeio.
Cobro
tanto de mim porque não creio.
Desculpe-me.
Não
se ofenda.
Desculpe-me.
Não
valho a pena.
Valho
menos que uma coisa sem valor.
Não
valho nada porque não tenho pudor.
Não
valho nada porque não se vende dor.
Desculpe-me.
quinta-feira, 9 de janeiro de 2014
Culpada! - A inocência nunca existiu. FINAL.
PARTE
VII
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Ela acreditou naquilo que sempre ouvira de sua mãe e
de todos da cidade onde nasceu. Beth era um lindo bebê, mal sabia o destino
brilhante que teria pela frente se não tivesse seguido pelo mau caminho. Nós
somos donos dos nossos destinos e Elizabeth mudou o dela.
________________________________________________________________
Assaltar um banco foi uma péssima ideia eu e Gregory
fomos presos e descobertos, agora estamos sendo levados para Nova Iorque.
.
. . . . . . . . . . . . .
Era o dia do meu julgamento, ter fugido do país foi
aceitar a minha culpa, mas eu aleguei estar assustada e com medo de ser morta
pelos bandidos que mataram o meu falecido marido.
- Eu sou inocente, eu fugi porque estava com medo de
me matarem também.
- Senhora Smith, a arma do crime foi encontrada e as
suas digitais estavam nelas, além do mais, há uma denúncia que a senhora não
prestou socorro a Ítalo Fernandes, testemunhas afirmaram que a senhora deixou o
Brasil logo após a morte dele. E também, a senhora foi presa após roubar um
banco no México. As evidências estão claras.
- Meu currículo até que não é tão extenso, não é? O
senhor está certo eu fiz tudo isso mesmo e não me arrependo de nada. Eu sou uma
vítima dessa história toda, uma vítima do destino, sempre fui.
- Vítima? Você é uma assassina cruel!!
- Eu fui abandonada pelo meu pai e minha mãe nunca
me amou, todos me odiavam. Stephen atirou na única pessoa que me ama de
verdade, me ama por quem eu sou . EU MATEI STEPHEN SMITH PARA PROTEGER O HOMEM
QUE EU AMO.
.
. . . . . . . . . . . . .
Eu e Gregory fomos condenados à prisão perpetua como
já imaginávamos. Ele é a minha vida e eu a dele, sem ele eu não sou nada, agora
eu entendi isso, eu não preciso de dinheiro, de luxo, de joias, eu só preciso
dele e agora não teremos mais um ao outro. Estamos literalmente condenados a
passarmos o resto de nossas vidas sem nos vermos. Isso não me parece justo. Os
únicos momentos de felicidade verdadeira que eu tive foram ao lado dele.
Eu prefiro morrer ao viver sem ele. Pensamos em
suicídio duplo, mas seria muito clichê, muito Romeu e Julieta. Então, pensamos
em duplo homicídio que combina mais com a gente.
.
. . . . . . . . . . . . .
Frente a frente... ainda não estávamos algemados e
como bandidos que somos temos nossos truques, eu estava armada e ele também,
teríamos que ser rápidos e fatais. Só tínhamos uma chance e não podíamos
desperdiçá-la.
Eu apontei a arma na direção dele e ele na minha.
- 1,2,3 – eu disse.
Tiros foram dados e nós estávamos caídos no chão e
mortos.
Se existe um inferno, estaremos juntos lá por toda a
eternidade. Somos culpados pelos nossos destinos, nós nos merecemos, nossa
inocência nunca existiu.
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FIM!
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Se você for detalhista deve estar se perguntando: "se
ela morreu como que ela contou essa história?" Bom, Elizabeth e Gregory juntos
são capazes de desafiar a própria morte.
quarta-feira, 8 de janeiro de 2014
Culpada! - A inocência nunca existiu. Parte VI
PARTE
VI
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Ela
disse que sim...
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Estávamos no México, Greg já estava quase 100%
recuperado e nós tínhamos dinheiro o suficiente para viver bem. Durante toda
minha vida eu estive acostumada a estar sozinha, sempre foi só eu e eu só me
preocupava comigo. Os relacionamentos que tive, não levei nenhum a sério – só queria dinheiro e prazer. Não
acreditava em amor, acho que nunca amei minha mãe, mas como poderia amá-la se
ela me odiava? O senhor e a senhora Silva me tratavam muito bem e me deram
carinho, mas também nunca cheguei a amá-los.
Quando eu vi Gregory pela primeira vez, lá naquele
banco -sob toda a pressão de estar sendo
assaltada e perdendo a única coisa que me importava que era o dinheiro- eu
olhei fixamente nos olhos dele e senti uma afeição tão grande como se eu já o
conhecesse, se eu fosse um doce ou uma dessas mulheres românticas diria que foi
uma espécie de amor à primeira vista. Mas, eu comecei a amar Gregory Miller com
a convivência, após cada conversa, risos, ele sempre foi muito cuidadoso comigo
e sempre fez questão de dizer o quão maravilhosa eu sou, ele sabe tudo sobre mim, sobre como foi a
minha infância, adolescência e tudo que eu fiz para sobreviver até hoje. Ele
ama a mulher destruidora que há em mim. Ele me ama.
- Beth, você acha que estão procurando por nós?
- Certamente, eu matei um dos mais importantes
empresários de Nova Iorque e depois fugi. Você está com medo?
- Você está?
- Não tive medo quando você estava com uma arma na
minha cabeça e não o tenho agora. Eu me sinto segura com você.
- Você é louca, tem uma alma impura. É inteligente e
incrivelmente linda. Soube que você não prestava desde a primeira vez que te
vi.
- Nós não prestamos. Eu, Elizabeth e você, Gregory
Miller não valemos nada e por isso valemos tanto um para o outro.
- Qual é o seu sobrenome? Até hoje você nunca me
disse.
- Agora é Silva Smith
por causa do defunto. Antes dos meus 15 anos eu não tinha, porque meu pai não
me registrou e minha mãe me chamava de diabinha, aí eu escolhi Elizabeth para
ser o meu nome. Na cidade que eu morava e estudei as pessoas pensavam que eu
atraía coisas ruins, por isso, não relutaram na minha matrícula na escola.
Quando eu saí de lá e conheci a Joana ela me deu o sobrenome dela que era
Silva.
- Você com o sobrenome dela não
poderia ter herdado a casa e ter tido uma vida diferente de agora?
- Não, porque meu nome não estava
no testamento e ela não me adotou legalmente. Não me arrependo de nada que fiz, não mudaria nada, se mudasse, talvez, nunca te conhecesse. Você é a melhor coisa que já me aconteceu. Eu te
amo.
- OH, O QUÊ? SERÁ QUE A SENHORITA
PODE REPETIR? Ahh, acho que tive a impressão de ouvi-la dizer que me ama,
sabe?! E você nunca me disse isso. Você me ama?
- SIIIIIIIIIIIIM. EU TE AMO GREGORY
MILLER. Eu amo o jeito que você segura uma arma. Amo cada parte do seu corpo.
Eu amo sua voz, o jeito que você mexe no cabelo, eu amo o seu cheiro, seu
sorriso, eu amo seus olhos, sua boca, principalmente quando está na minha,
amo conversar com você, amo o jeito que você me entende e não me julga, eu amo
o fato de sua alma sombria ser tão parecida com a minha. Amo ter te encontrado.
.
. . . . . . . . . . . . .
Há dois anos eu e Greg moramos no México. Ele é
louco pra ser pai, porém, não podemos ter um filho porque se formos preso o que
acontecerá com essa criança? Não quero que cresça sozinha como eu, então
prefiro nem tê-la.
.
. . . . . . . . . . . . .
- Querida, tem um problema.
- O que foi?
- Não temos mais dinheiro, não podemos vender suas
joias para não dar bandeira. O que vamos fazer?
- Roubar.
- É arriscado demais.
- Ninguém quer nos dar emprego, se não querem nos
dar dinheiro por livre e espontânea vontade, vamos tomar deles.
terça-feira, 7 de janeiro de 2014
Culpada! - A inocência nunca existiu. Parte V
PARTE
V
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O
amor às vezes desperta o pior que há na gente.
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Alguns meses depois...
Eu e Greg estávamos decididos a matar Stephen e dar
o fora daqui, mas tudo teria que ser detalhadamente planejado para parecer um
acidente. Se Steph fosse cardíaco seria fácil, era só eu dar um susto grande
nele e fazer como fiz com o velho do Fernandes. Mas meu marido tinha uma saúde
de ferro e muitos seguranças. Então, decidimos planejar um assalto no qual eu
faria o papel de esposa desesperada e preocupada. Greg e seus comparsas nos assaltariam,
Stephen seria morto e eu seria a triste viúva. Era o crime perfeito. Eu só
precisava dar um jeito de me livrar dos seguranças e desligar os alarmes, então, sugeri que não havia
perigo para nós e que Stephen deveria dar folga a todos os empregados para termos uma noite romântica em nossa casa.
.
. . . . . . . . . . . . .
Tudo certo, seria essa noite, os empregados estavam
fora e só eu e Stephen estávamos em casa, vendo um filme. Eu estava ansiosa e
tentando não demonstrar isso.
De repente, entram os bandidos encapuzados e nos
pegam na sala de estar, Stephen me manda correr.
- Corre, Elizabeth. Ligue para a polícia.
- A VADIA NÃO VAI PRA LUGAR NENHUM! ONDE FICA O COFRE? FALA, ONDE FICA
O COFRE?
Tudo estava indo como planejado quando Stephen saiu
correndo e entrou no seu escritório. Daí, tivemos que improvisar, alguns tiros
foram dados na porta do escritório e eu
comecei a gritar na sala simulando que estava sendo violentada e de
repente Stephen apareceu armado – droga,
eu não sabia que ele tinha uma arma. Eu tinha dado a combinação e
localização do cofre e os cúmplices de Greg estavam lá, pegando nosso dinheiro.
Eu. Greg. Stephen e duas armas.
Eu estava mais afastada e corri em direção a Stephen
quando ele atirou em Greg, três tiros que o levaram ao chão. Eu gritei como uma
louca, eu estava desesperada, Stephen me puxando pelos braços para fugirmos
dali, mas ele tinha baleado o cara que eu amo. Sim, naquele momento com Greg
ensanguentado no chão da minha casa, eu percebi o quanto eu o amo. Eu peguei a
arma da mão de Stephen e atirei nele com tanta raiva, tantos tiros que não pude
contar.
.
. . . . . . . . . . . . .
Agora estávamos saindo dali, tinha que levar Greg ao
hospital ele não poderia fugir daquele jeito, precisava de alguns cuidados
antes, para ganhar mais tempo pedi que Collin – melhor amigo de Greg- o levasse para o hospital, enquanto eu
enrolaria a polícia e depois seguiríamos o resto do
plano.
Quebrei todas as câmeras e fitas de segurança e dei
sumiço na arma do crime, como eu estava realmente desesperada pelo que
acontecera com Greg o meu sofrimento foi convincente para os políciais.
Lembranças da minha infância vinham na minha mente,
as palavras da minha mãe: “você é um ímã de desgraça”, “nunca será feliz” “tá
destinada a fazer as coisas erradas” “eu não deveria ter tido você”. Será que
aquilo tudo era verdade? Como seria a minha vida se eu não tivesse saído de
casa aos 15 anos? Eu só conseguia pensar em Greg e na grande merda em que eu
estava envolvida.
.
. . . . . . . . . . . . .
Gregory teve alta, se eu fugisse agora seria a mesma
coisa de afirmar que sou culpada, a investigação da morte de Stephen ainda não
tinha sido concluída e eu era a maior suspeita, meu advogado tinha me dito que
não poderia sair da cidade.
- Greg, como você está se sentindo?
- Estou melhor, o que vamos fazer agora?
- Fugir, ir pra longe daqui. O que você acha sobre o
México?
- Acho maravilhoso qualquer lugar em que você
esteja.
- Então, vamos lá... Já providenciei identidades
falsas para a gente e teremos que mudar um pouco nosso visual, tudo bem?
- Ok.
segunda-feira, 6 de janeiro de 2014
Culpada! - A inocência nunca existiu. Parte IV
PARTE
IV
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O
reencontro. O casamento. A traição
___________________________________________________________________
Quando eu o avistei, eu não pude pensar em nada, por
um momento era como se só existisse ele e eu naquele salão e nada mais.
Gregory era alto,
forte, tinha cabelo castanho claro e aqueles lindos olhos cor de mel. Era, de
fato, o homem mais lindo que eu já tinha visto. Eu fingi que não havia o
reconhecido do assalto para ele não fugir de mim, eu não estava apaixonada por
ele, mas ele era um potencial amante para satisfazer as minhas vontades
não-financeiras.
.
. . . . . . . . . . . . .
Daquele dia em diante, meus encontros com Greg foram
cada vez mais frequentes, ele era inteligente e sabia falar sobre exatamente
tudo, o que me levava a pensar “Tão lindo
e inteligente, poderia ter tudo e virou bandido?” mas eu calava por gostar
de sua companhia. Dávamos-nos muito bem, nós tínhamos aquilo que costumam
chamar de química, e também uma certa forma de telepatia, eu ‘lia’ os
pensamentos dele e ele os meus – pelo menos alguns. Nós passávamos horas
conversando, ele era a única pessoa com quem eu realmente conversava, em pouco
tempo nos tornamos cúmplices e amantes.
.
. . . . . . . . . . . . .
É o dia do meu casamento. Eu estava noiva de Stephen há
seis meses, mas eu não estava decidida se casar-me era a decisão certa, afinal,
eu estava com Gregory também e o pior, eu estava loucamente apaixonada por
aquele bandido.
- Não se case com ele, Beth. Eu fui trabalhar de
garçom naquele jantar só pra te reencontrar, eu me arrisquei e continuando me
arriscando por você.
- Mas eu preciso de dinheiro, ele pode me dar a vida
de luxo que eu mereço.
- Eu também.
- Você também? Não seja bobo, Gregory. Você acha
mesmo que vai conseguir me dar uma vida de luxo assaltando bancos por aí? Vale
lembrar que até hoje você não conseguiu me compensar pelas joias e dinheiro que
me roubou.
- MAS QUE MERDA, ELIZABETH. ATÉ QUANDO VOCÊ VAI
JOGAR ISSO NA MINHA CARA?
- Desculpe,
querido. Eu só disse a verdade.
- Parece que o amor que eu te dou não é suficiente.
Você não me ama?
- Eu tenho
que ir, te vejo quando voltar da lua de mel.
“Parece
que o amor que eu te dou não é suficiente. Você não me ama?”
Essa pergunta ficou martelando na minha mente, eu nunca disse que amei alguém.
Droga, eu tenho 20 anos e eu nunca disse ‘eu te amo’. Aquele era o momento? Eu
o amo?
.
. . . . . . . . . . . . .
Eu estava pronta, todos diziam que eu era a noiva
mais linda de todas. A igreja estava belíssima, uma decoração glamourosa e eu
me perguntava: ‘pra quê tanto ouro na
igreja? O casamento foi sem emoção – pelo menos pra mim. Stephen disse sim
e eu também. E quando eu estava indo para a lua de mel a única coisa me deixava
feliz era saber que agora eu era uma milionária e se Stephen morresse, eu seria
a única herdeira. “Não é uma má ideia”
pensei. Agora vou curtir a minha lua de mel, mal
posso esperar...
.
. . . . . . . . . . . . .
A lua de mel foi maravilhosa, Paris e Grécia são
lugares deslumbrantes, no entanto, eu sentia falta de Gregory nunca passamos
mais de 24 horas sem nos ver desde os seis meses que nos conhecíamos. Eu mal
podia esperar para estar com ele novamente. Só mais duas semanas. Só mais duas
semanas...
Quando retornei a Nova Iorque, fui me encontrar com
o meu bandido favorito.
- Beeeeeeeeth, você voltou, meu amor. Estava
morrendo de saudade, Como foi? Tirou muito dinheiro do otário?
- Haha, acho sexy quando você fala assim. A viagem
seria melhor se você estivesse lá, eu deveria ter dado um jeito de te levar.
Eu havia inventado uma desculpa para dormir fora de
casa naquela noite e como Stephen tinha negócios para cuidar não se importou
com a minha ausência.
Eu e Greg estávamos em nossa casa, sim, tínhamos uma
que Greg construiu com dinheiro de assaltos e com o que eu tirava de Stephen.
Era uma linda casa, era nossa cara, nosso lar. Pensei em morar ali com ele.
- Beth, eu estive pensando e...
- E? fala...
- O Stephen tem filhos?
- Não que eu saiba, por quê?
- Então se algo acontecer com ele, você herda tudo?
- Exatamente, eu pensei nisso assim que embarquei no
avião para Paris.
- Minha garota má. Você é minha, sabia?
- Sim e você é meu. De alguma forma nossas mentes perversas
se completam e se entendem.
- Eu adoro isso na gente.
- Eu adoro tudo em você.
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