segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Esta é minha última carta e é pra você.

Feira de Santana, 12 de novembro de 2013

Você,

Esta carta é só pra te dizer que eu ainda lembro do seu sorriso, do seu perfume, das suas piadas sem graça, eu ainda lembro de tudo aquilo que você gostava em mim e estou escrevendo isso aqui pra te lembrar também.

 Lembra de como meus olhos brilhavam ao encontrar os seus e de como minhas mãos frias contrastavam e combinavam como as suas quentes? Somos dois pólos, dois opostos, dois egoístas, dois orgulhosos, dois loucos que possivelmente ainda se amam, somos dois, um par. Estou aqui remoendo o canto mais profundo e seguro de minha memória -aquele lugar onde guardo você. E lembrei de um dia no clube em que deitamos na grama e ficamos admirando o céu e jogando papo fora, e quando fomos embora tinha grama no meu cabelo e você riu.  Lembra de quando eu disse que te amava e você quis gritar pra cidade toda ouvir que eu era sua? Lembra da primeira vez que você me viu? Lembra de quando eu cantei pra você aquela música que contaria todo meu arrependimento uns meses depois? Você ainda se lembra de mim? Por favor, se lembre da dor que você sentiu quando sonhou que eu tinha morrido, se lembre de mim. Se lembre sim.
Posso estar parecendo uma louca,  não sei direito o porquê de estar escrevendo isso tudo, mas eu não tenho mais inspiração, não sei mais sobre o que escrever, mas algo dentro de mim grita, que este último texto tem que ser pra você. Sim, você que é o meu primeiro amor, que seja lá onde está, que com certeza não está me lendo, mas se estiver, espero que cada palavra aqui escrita seja sentida por você no seu coração, como a nossa canção. As melhores e piores coisas que já ouvi na vida vieram de você, tento entender como uma pessoa pode despertar tanta intensidade nos meus sentimentos, ainda tenho aquele presente que você me deu, aquele que era o seu preferido e ainda assim você me deu. Estou acabando este texto e não posso esquecer de me desculpar pelas bobagens que falei, por jogar na sua cara coisas que não tinham nada a ver, me desculpa por te magoar. É que eu ainda não sabia como te amar, talvez, agora eu saiba, mas não importa porque já faz tanto tempo, porém, ainda insisto em te pedir que se lembre de "Setembro" e do cordão que tu usavas no pescoço eu e você sabemos que aquilo não era um preço e, sim, uma data.

Não vou te procurar, não vou te incomodar, só queria dizer que esta é minha última carta e é pra você.

Beijos, Adeus.

                                                                       Lina

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